Autarcias

Recordam-se de Pim Fortuyn? Foi a figura que me ocorreu quando vi o meme que circula quando à hipotética bissexualidade de André Ventura, Fortuyn foi um dos primeiros líderes populistas europeus e era homossexual assumido. Recorde-se que Haider também era extremamente ambíguo quanto à sua sexualidade e abundavam os rumores tanto dentro como fora do seu partido. O David Duke já fez tanta plástica que parece a Lili Caneças, a líder da AfD Alice Weidel é casada com outra senhora... o David Coburn (eurodeputado UKIP) também é gay... creio que o fantasma de um Islão intolerante a imigrar para a Europa irá fazer migrar o voto GLS (prefiro esta sigla à importada LGBT) para a extrema-direita. Ousaria até afirmar que já está a ocorrer nos países onde a imigração muçulmana é mais notória (Reino Unido, França, Alemanha, Holanda).

Há mais anos do que ouso contar escrevi uma crónica sobre o "ismo" do futuro, tivemos comunismo, fascismo, o capitalismo não está a funcionar lá muito bem, e sugeri que no futuro surgiria um novo "ismo" que só os historiadores daqui a um século poderiam classificar, e esse "ismo" seria comparável ao fascismo só a essa distância e não viria de onde julgamos, não é o populismo de direita, vejo décadas para lá disso, quando uma Europa se vir forçada a defender o seu modo de vida (democrático, tolerante, com direitos garantidos às mulheres, inclusivo dos LGBT, utilizadora de estupefacientes, consumidora de álcool e enchidos, com prostituição legalizada, etc.) sentiria a necessidade de defender esse modo de vida e não hesitaria em utilizar repatriamentos em massa, em recorrer a campos de concentração, erguer muros ou até recorrer ao genocídio contra essa parte da população que seria quase maioritária e intolerante para com o feminismo, LGBT e o modo de vida libertino dos ocidentais...

Recordam que inicialmente a própria esquerda apodava o extremismo islâmico de "islamista" ou "islamofascista"? Eu recordo, tal só se alterou graças à loucura bélica dos EUA após o 11 de Setembro de 2001, onde se tornou óbvio que à esquerda tinhamos que defender os países vítimas desse belicismo louco (Irão, Líbia, Síria, Iraque, etc.). Vendo o ódio Antifa e mesmo anti-fascista que surge Europa fora e até cá, creio que legitimados por essa etiqueta a fúria contra os islamofascistas será a mais sangrenta e negra da humanidade... creio até que devia escrever um romance distópico com tudo isto em vez de andar a resenhar livros, a falar de banalidades e a entrevistar bandas punk...

Em 2007 acompanhamos com algum interesse o bizarro surgimento de Portugal 4 Ron Paul, um blogue que juntava uma quantidade considerável de portugueses liberais-conservadores, liberais e libertarianos da blogosfera portuguesa em apoio à candidatura de Ron Paul às Presidenciais de 2008 nos EUA. Dado que acompanhei de perto a anterior candidatura de Bernie Sanders em 2016, uma vez que o desfecho das eleições nos EUA na prática afecta o mundo todo e que residem mais de um milhão de cidadãos portugueses nos Estados Unidos, consideramos que seria de bom tom criar um blogue de apoio a Bernie Sanders, bem como uma página no Facebook e uma conta no Twitter. Outro mundo é possível, e tudo pode começar com Bernie Sanders! 

É tradutor ou blogger de esquerda com vontade de partilhar os seus receios quanto à política mundial caso Donald Trump seja reeleito e/ou quais os benefícios tanto para os cidadãos dos EUA como do mundo se o próximo presidente dos EUA for um progressista como Bernie Sanders? Então https://portugal4berniesanders.blogs.sapo.pt/ é para si! 

São tantas as histórias que ouvimos sobre a Amadora que, após cá residir há mais de 15 anos, nos habituamos a praticar um são cepticismo activo em tudo o que foque a acção policial no município onde tenho orgulho de ser autarca. Tanto assim é que das primeiras vezes que me mostraram o famoso vídeo recusei pronunciar-me, dado este só focar a parte final de um evento. Só após ler o relato detalhado no jornal Contacto assinado por um jornalista em cujo trabalho aprendi a confiar após provas dadas ao longo dos anos, é que comecei a repensar a minha opinião.

Na realidade ninguém agiu bem nesta situação e ninguém sai bem visto, comecemos pelo mau: a filha ter-se esquecido do passe e excepcionalmente a senhora não ter pago o bilhete, o que seria a atitude mais comum. Passamos ao pior: os comentários racistas do motorista em vez de deixar passar esta situação, o que seria a atitude racional mais comum e que várias vezes testemunhei com colegas seus, e este em vez disso chamar o primeiro polícia que lhe apareceu, que agiu desproporcionalmente à ameaça com que se deparou. O péssimo: um suposto sindicato unificado da polícia vir em "socorro" do agente utilizando um jargão de extrema-direita, o do "racismo anti-branco" (com amigos destes, o agente em questão não precisará de grandes inimigos).

Citando de memória a publicação que provavelmente já terá sido eliminada do Facebook este suposto sindicato (não sei se é uma entidade real, mas espero que não) afirma que a defesa da senhora "está já a ser orquestrada por quem tem como ódio mor os brancos". E nem comento as dezenas de comentários de concordância e apoio incondicional e comentários vários quanto "aos pretos" que cidadãos vários já lá deixaram.

Note-se que estamos a falar de mim, Flávio Gonçalves, que como cronista ao longo dos anos sempre pugnei por defender as nossas forças de segurança, por criticar o politicamente correcto da esquerda histérica cosmopolita e académica quando comparado com a sobriedade da esquerda trabalhista e por denunciar acusações disparatadas de racismo em casos pontuais como o sucedido noutra esquadra na Amadora e em outras situações apodadas de "racistas" que na realidade só servem para ignorar um problema de fundo muito maior que as nossas polícias e a guetização de boa parte da nossa força laboral: a luta de classes unilateral levada a cabo pelos piores representantes do capitalismo!

Ontem esqueci-me de realçar dois homicídios políticos e um nascimento históricos: Rosa Luxemburgo, Karl Liebknecht e Pierre-Joseph Proudhon. 

Faleceu há 3 dias Giampaolo Pansa, autor tanto quanto sei inédito em língua portuguesa e que ficou conhecido no final da vida por cometer a grave imprudência de desde 2002 denunciar crimes de guerra e actos de violência "anti-fascista" no pós-guerra. Passou de presença habitual na imprensa italiana como intelectual de esquerda a ser apodado de "historiador dos fascistas" ao ponto de em Outubro de 2006 na sessão de lançamento de "La Grande Bugia" ter irrompido um confronto violento entre skinheads antifas e neofascistas. Hoje em dia acusam-no de ter "branqueado" o fascismo no pós-guerra por ter tido a ousadia de afirmar que perseguição, violência política e crimes de guerra valem por si só e são universalmente maus, mesmo quando são praticados "pelos nossos". Não sei como se assumia politicamente hoje em dia Giampaolo Pansa , mas se tal fosse possível deviam atribuir-lhe o título de "libertário honorário".

Será que se algum dia pedirmos aos EUA que abandonem os Açores teremos a mesma resposta que o governo iraquiano? Quando um Exército recusa abandonar o nosso território não estamos propriamente a lidar com um aliado!

Sadio Mané, jogador da Primeira Liga (Liverpool), cresceu na pobreza no Senegal. Agora utiliza o seu ordenado milionário para criar infraestruturas na sua terra natal, já construiu escolas, um estádio, distribui bens alimentares, calçado e roupa aos senegaleses que vivem em pobreza extrema e paga um Rendimento Básico Universal de 70€ a TODOS os habitantes da zona mais pobre do Senegal para equilibrar o seu orçamento familiar. Isto meus amigos, é o mundo que milionários socialistas podiam criar. É a primeira vez que vejo utilidade nos ordenados pornográficos pagos no futebol, doravante sou seu fã: "porque é que ia querer 10 ferraris se posso ajudar o meu povo?"

Diz que a Venezuela agora tem três parlamentos? É a ditadura mais permissiva de todos os tempos! Portugal é um país irrelevante e extremamente dependente, daí compreender, embora discorde quase sempre, a diplomacia do MNE. Até que a CPLP se torne numa potência política e militar, em algo com uma existência concreta, será assim, estaremos sempre do lado dos fortes.

A Assembleia Nacional da Venezuela, que desde as últimas eleições tem maioria absoluta da oposição, elegeu um novo presidente e agora é apodada de malvado bastião chavista, creio que explica bastante o descrédito da imprensa convencional (e assustadoramente é a única que os nossos políticos leem)... A Assembleia Nacional da Venezuela inclui um total de 167 deputados, estavam presentes 150 na eleição do novo presidente da Assembleia, destes apenas 49 são do partido de Maduro...  Portanto, os 17 deputados que não estavam presentes reelegeram Guaidó numa sessão paralela e o nosso MNE reconhece tamanho disparate? Com estes números torna-se mais fácil compreender a minha discordância do MNE português?