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Liberdade * Geopolítica * Socialismo
Ontem descobri a Rosa Mecânica, sejam bem-vindos à luta para recordar o PS de que também é um partido de esquerda. Como fã da Laranja Mecânica acho o nome absolutamente genial, tem surgido um número cada vez maior de podcasts e páginas de esquerda - mas muito poucas ousam situar-se na área do PS (e por experiência nestes três anos com a Libertária, garanto que a recepção interna não é das melhores). Estou extremamente animado com este projecto que considero complementar em vez de rival. Há vozes de esquerda no PS, e esperemos que sejam cada vez mais.
Só hoje me apercebi que na lista de canais de YouTube e podcasts que recomendo aqui na coluna da direita não se encontrava o Tese Onze, a meu ver o melhor canal socialista do Brasil e muito provavelmente o que desbravou caminho para o nascimento da edição brasileira da revista Jacobin, onde colaborei pontualmente como tradutor.
A dúvida começou a assolar-me quando dei por mim há meia dúzia de meses a comprar t-shirts da Lonsdale e a recuperar calçado e casacos que estavam há muito encaixotados e atirados para um canto qualquer do sótão, a intenção era ir a uns quantos concertos hardcore e hard rock das bandas que me animaram a juventude e que estavam de passagem por Lisboa em 2019: Agnostic Front, Ugly Kid Joe e Madball.
Seguiu-se uma nova rotina de recomeçar a ir a pubs medievais e a casas de petiscos com colegas e amigos de outrora, reanimaram-se aliás as conversas de amigos, camaradas e cúmplices de outrora e, como tal, ontem no meu 41º aniversário decidi assumir a minha crise da meia idade e não só reanimei o blogue Prontidão & Sobrevivência, que estava inactivo desde 2014 e começara como grupo no Facebook, como fundei também ontem o blogue Vozes da Raiva para ressuscitar um projecto que iniciara em 2018 para o Pravda.ru, mas depois abandonara. Vejamos como corre, afinal ainda há dois meses julgamos que tinha começado o Apocalipse, ou não é assim?
Há uma vida ou duas atrás fui durante um dia comentador na RTP Açores, na condição de correspondente internacional da extinta Mathaba News Agency, agência noticiosa africanista inicialmente ligada ao regime líbio mas já independente quando lá colaborei. A Líbia foi a mais hedionda e vergonhosa aventura bélica europeia, o seu maior erro geopolítico, onde para eliminar um "ditador" se destruiu "a Suíça de África", uma nação onde a qualidade de vida rivalizava até com a portuguesa e que hoje em dia, após ter sido "liberta" pela dita democracia ocidental é um país do Terceiro Mundo, dividido por uma eterna guerra civil onde a população foi subjugada por terroristas islâmicos, mercenários oportunistas e onde existem actualmente mercados de escravos, onde seres humanos são vendidos em hasta pública como bestas de carga e objectos sexuais. É este o Ocidente que me magoa e envergonha... mas o Khadafi era muito mau dizem, muito melhor do que lá existe agora é verdade, mas mau à mesma...
A banda sonora da última noite de estudo para as Provas Nacionais em 2003 foi o split "Lisbonne Vs Paris" dos Mata-Ratos e Urban Crew. Creio que a noite terá começado no Jürgen's Bar (quando era um sítio decentemente mal frequentado onde paravam punks, motards e metaleiros, não a actual versão com empregados de camisinha branca e lacinho), passado pelos BOCA DO INFERNO BAR "BAIRRO ALTO" e Meia Nota, chegando a casa estudei ao som do split noite fora, dormi uma duas horas, chamei um táxi e rumei àquela escola secundária em frente à antiga Praça de Touros de Cascais (actualmente um condomínio de luxo ainda em construção com duplexes e piscinas) e lá entrei em História na FLUL, primeira escolha, com a sofrível média de 14 valores (sem Contingente Açores).
Curiosamente quando era jovem e fresco tinha este senão que irritava colegas e amigos: era boémio e conseguia ter positivas sem estudar. Não muito altas é certo, mas ainda hoje irrito muito marrão quando digo que quando se matam a estudar com noites em branco de desesperado decoranço: se é preciso tanto esforço, é porque não aprendeste ou estás na área errada a estudar algo que não gostas. O mais curioso é que agora à distância creio que entrei no ensino superior (em duas universidades até, em anos diferentes) só para provar que o conseguia fazer... nunca tive a disciplina nem a liberdade financeira para completar nenhuma das licenciaturas, acabando por cancelar ambas as matrículas. Provavelmente culpa da minha aversão ideológica à Academia e ao seu sistema de validação via academismo de papagaio.
Temos mesmo que dedicar parte de um número da Libertária a relatar o sucesso da revolução democrática da esquerda mexicana... inspirada em Hugo Chávez, claro!
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